A partir do estudo histórico e filosófico sobre as ciências, este trabalho trata especificamente da revolução científica darwiniana. Neste caso, este processo histórico é abordado à luz dos trabalhos botânicos de Charles Darwin, em relação aos aspectos teóricos apresentados em 1859 no famoso “A origem das espécies”. A análise apresenta uma interpretação por duas frentes, por um lado, os aspectos “internos” da mudança teórica realizada por Darwin e seus colaboradores, e, por outro lado, as relações dos aspectos “externos” neste processo. Para isso, são utilizadas ferramentas da Filosofia da Ciência, mas historicamente informadas pela obra darwiniana.
Argumenta-se que é necessário considerar os trabalhos botânicos de Darwin para compreender plenamente a mudança teórica que implica, bem como as novas explicações assumidas pelas comunidades científicas, uma vez que este trabalho prático é feito numa determinada disciplina científica, o contrário do que se costumava pensar até então. Ou seja, com a publicação de “A Origem das Espécies” as explicações teológicas sobre a origem, diversidade e distribuição das espécies não terminaram de uma vez por todas. Conclui-se que as revoluções científicas merecem um estudo detalhado das práticas científicas, bem como dos aspectos sociais em que estão inseridas, dentro de processos já complexos, assim como as ciências das quais fazem parte.