Cientista em todos os sentidos da palavra: padre, professor, fotógrafo, linguista, vulcanólogo, polemista involuntário e prognosticador de terremotos, a figura de José María Arreola é tão elusiva quanto sua silhueta, que rodava rapidamente pelas ruas de Zapotlán el Grande e de Guadalajara em uma bicicleta que ele mesmo fez.
Infelizmente, apesar de sua história ser tão incrível e vasta, pouca justiça foi feita à sua memória. O resgate que o autor faz das múltiplas vidas deste admirável jalisciense é duplamente admirável: ele nos conta de forma divertida a curiosidade que Arreola tinha por todos os assuntos, o que o levou a ser um dos fundadores da ciência popular no México, e também o mostra como o destacado humanista e bibliófilo que foi, dono de uma das mais interessantes bibliotecas particulares do continente americano em sua época.
Quem ler estas páginas constatará que Arreola foi um exemplo de entusiasmo pelo conhecimento sem a sombra cinzenta da solenidade que envolve tantos outros estudiosos.