Louise Bourgeois afirmou que “nascer artista é um privilégio e uma maldição. Você só pode aceitar ou rejeitar o presente”; assim, nada é acidental em sua vida, como demonstram sua obra e seus escritos psicanalíticos. Em Ode ao esquecimento, Elena Guiochins apresenta uma trilogia singular na qual explora e põe à prova, por meio da fragmentação biográfica –descobrimento, formação e consagração–, o universo pessoal de uma artista de destaque na arte contemporânea, como Louise Bourgeois. As metáforas cênicas que a dramaturga utiliza, aludem a conflitos humanos nas relações parentais, sexuais, culturais e sociais, cujas implicações psicológicas ou filosóficas se condensam na vocação artística, obsessões e fantasmas da obra plástica de Bourgeois. A esta particular convicção artística, Guiochins presta homenagem para evidenciar um mundo interligado na sua necessidade de expressão.