Pensar o ambiente e a natureza a partir da literatura é abordar diferentes formas de entender e representar nossos vínculos com o não-humano. O exercício de novas formas de habitar o mundo, de se envolver com o meio ambiente, implica transformar a concepção desses vínculos, onde o respeito e o cuidado são revisitados para projetar um futuro diferente. A literatura, como espaço frutífero, acolhe vozes e alternativas que expressam, por meio da ficção, propósitos concretos para os assuntos humanos e as crises ambientais.
O que ler na literatura quando a natureza, o não-humano e os ambientes não fazem mais sentido como uma simples presença? Em princípio, não ler de forma redutora, mas de outra forma, com o olhar do viajante que revisita o local e se surpreende, descentrando seu olhar. Não ler para ler, mas para ser lido ou relido o que se lê a partir de uma distância que desmancha leituras culturalmente determinadas. Propomos pensar essa “eco literatura” latino-americana a partir de duas abordagens em diálogo com os estudos literários e culturais: “eco crítica” e “eco poética”; percorra nossa terra e outros espaços latino-americanos com uma perspectiva eco literária e aguce seu olhar durante uma viagem literária onde a natureza se transforma em cenário de mudança e se torna protagonista, através de textos de José Martí, Ramón López Velarde, Alcides Arguedas, Rubén Darío, José Enrique Rodó, Fray Mocho, Leopoldo Lugones e Horacio Quiroga.