Este livro é mais um passo no longo caminho para pagar a dívida histórica que a humanidade tem com os migrantes. Oferece um olhar direto e ameno, profundamente humano, sobre as complexidades da migração indocumentada no maior corredor migratório do mundo: o México. Através de uma viagem histórica, social e cartográfica, a figura do migrante indocumentado será despojada de sua contemporaneidade para ser interpretada como uma “nova” subalternidade migratória implícita e constitutiva das figuras históricas de bárbaros, chichimecas, ilegais e outros. Superando essa construção bestializada e desumana, o livro atende às manifestações de resistência dessas pessoas, resgatando experiências e conhecimentos por meio de metodologias de mapeamento crítico. Uma das contribuições do trabalho é a abordagem de como com a sistematização do mapeamento podem ser obtidos produtos concretos, tanto para pesquisas sobre o tema quanto para os migrantes. Sem dúvida, trata-se de mais um passo no reconhecimento da mencionada dívida histórica, esperando abalar a marginalização aos que têm constantemente empurrado e empurrado aqueles que migram, colocando a sua voz e o seu próprio conhecimento no centro da discussão. “Se existir um céu, todos nós seremos imigrantes indocumentados lá.”