Valeria Coronel plasma neste livro este fervilhar político que germinou no Equador após o triunfo da Revolução Liberal liderada por Eloy Alfaro. Aborda como as diferentes forças sociais se configuraram na esteira da campanha revolucionária, bem como os discursos e estratégias com que defenderam seus interesses durante a instauração do Estado liberal, quando esse projeto passou das armas à construção da hegemonia.
A autora recria o clima político daqueles anos, marcados por promessas liberais de maior participação e cumprimento de direitos da população. Nesse cenário, aumentaram as tensões dentro do liberalismo radical, então governante, uma vez que essa tendência abrigava tantos setores das elites quanto grupos populares de todo o país.
Dois temas se destacam neste livro: o programa jurídico liberal e a ação política do campesinato, das organizações indígenas e de um setor popular urbano que reivindicava acesso à terra, participação efetiva e melhores condições de vida. Valeria Coronel argumenta que nesse lapso vertiginoso toma forma o republicanismo popular, categoria que ela desenvolve nesta obra com argumentos poderosos.