No povoado Nahua de La Esperanza, na Huasteca veracruzana, uma sociedade rural plenamente integrada aos processos de modernização continua mantendo particularidades culturais que a distinguem do “povo da cidade ”. Quais são os mecanismos que permitem a esta comunidade alcançar a coesão social e a transmissão cultural em tempos de mudanças estruturais? Este livro explora as articulações entre a ação cívica coletiva e os atos rituais locais ─católicos ou direcionados às entidades da terra─ para captar a construção cotidiana desse grupo em seu contexto histórico e social mais amplo.
O presente estudo antropológico aborda os rituais, não como práticas conservacionistas, mas como o principal mecanismo de produção social, de continuidade cultural e da autoridade política. Para além das oposições entre “tradição” e “modernidade”, entre continuidade e “aculturação”, se centra na ética da convivência entre os humanos, e entre eles e os outros diante de seu entorno. Anath Ariel de Vidas, antropóloga e diretora de pesquisas no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França, é especialista na cultura teenek e nahua da Huasteca de veracruzana, no México.