Um dos principais pilares do sistema heterossexista é o estabelecimento de um modelo para relações afetivo-sexuais, o heterossexual; ou seja, a vivência “normal” da sexualidade é a praticada entre sexos opostos, homem e mulher. Portanto, qualquer relação sexual e/ou amorosa entre pessoas do mesmo sexo sofrerá processos de opressões e discriminações direcionados a indivíduos ou grupos sociais não heterossexuais. O sistema educacional, de maneira geral, é um espaço onde se reforça esse conceito. Esta obra é dedicada a estabelecer reflexões críticas sobre as categorias diversidade sexual, educação e direitos, as quais nortearam nossa compreensão numa perspectiva de totalidade das determinações materiais e históricas que permeiam à expressão da diversidade sexual no espaço escolar. Para isso, partimos do entendimiento de que a política educacional brasileira concentra dois aspectos contraditórios entre si. O primeiro deles é a organização para manter o status quo de hegemonia do sistema capitalista, a fim de perpetuar sua reprodução social. O segundo diz respeito à perspectiva transformadora, na medida em que essa política também engendra elementos para que, a partir da contribuição na formação de consciências críticas, possamos compreender as determinações da sociabilidade em que vivemos e, assim, defender a necessidade de superação da forma capitalista-patriarcal-racista com que essa sociabilidade organiza as relações e a vida social.