Abordar a obesidade infantil a partir de uma perspectiva internacional de saúde é uma tentativa de questionar sua concepção tradicional como um problema de saúde, revelando-a em uma rede de interações complexas que transcendem os comportamentos alimentares e de gastos dos indivíduos. Este trabalho fundamenta-se nas tensões e conflitos que permeiam o problema do excesso de peso infantil, onde jogos entre atores, prioridades na agenda pública, hierarquias de poder e conflitos de interesses condicionam os hábitos alimentares. É o resultado de um trabalho de pesquisa realizado na Argentina, mas onde as categorias abordadas poderiam ser aplicadas a qualquer país latino-americano, reproduzindo resultados comuns em contextos heterogêneos. A contribuição centra-se na afirmação de que existem forças internacionais que condicionam os ambientes alimentares, tanto a nível nacional como local, de forma a promover ou dificultar a projeção de políticas alimentares e nutricionais.