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Edição universitária na América Latina e Caribe, EULAC 35 anos

Juan Felipe Córdoba-Restrepo
Diretor da Editorial de la Universidad del Rosario
Vice-presidente da Área Andina da EULAC

Nas duas últimas décadas do século XX, o panorama do que hoje conhecemos como edição acadêmica e universitária na região latino-americana era muito diferente. As poucas instituições universitárias que publicavam naquela época o faziam de forma mecânica, entendiam a publicação apenas na fase final: a impressão em papel, o processo editorial propriamente dito viria um pouco mais tarde, a figura do editor apareceria como aquele que garante a qualidade das publicações das instituições de ensino superior.

A necessidade de publicar conteúdo acadêmico para fortalecer a discussão e o debate rapidamente levou à criação nas universidades latino-americanas de departamentos de publicações, centros editoriais, selos editoriais, comitês editoriais, avaliação de originais, adaptação estilística, cuidado com o desenho, construção de coleções, controle financeiro, discussões em torno da distribuição e da circulação.

Com o surgimento dentro da universidade de dependências editoriais, a profissionalização do ofício do editor torna-se uma necessidade. As instituições exigem um profissional que possa realizar um trabalho editorial de qualidade e, da mesma forma, conceituar e teorizar sobre o que significa publicar na universidade.

A atividade editorial deste momento, e as diferentes reflexões que suscita o que significa a empresa editorial universitária, levaram vários editores da região a propor em Lima (Peru) várias frentes de trabalho que levariam ao desenvolvimento da edição acadêmica regional. O princípio norteador desse exercício foi buscar a conscientização das autoridades universitárias para que entendessem a necessidade do projeto editorial universitário, que deveria levar à criação dos departamentos de publicações.

Neste quadro, surge a necessidade de pensar na constituição de associações e redes nacionais de editoras universitárias. Para o grupo de editores da época, a criação de possíveis projetos estratégicos comuns fortaleceria o trabalho que então se iniciava, o objetivo era garantir eficiência nas atividades da profissão editorial: a preparação dos originais, a avaliação de manuscritos por especialistas, correção de estilo, desenho e diagramação, impressão em múltiplas mídias, distribuição de títulos de fundos editoriais, consumo de conteúdos, entre outras coisas inerentes à profissão de editor. A necessidade de profissionalização do editor e de pensar em rede era então uma realidade, tornando-se imperativo implementar um diálogo aberto e direto com colegas de outras latitudes, tudo de forma regional.

Em 26 de agosto de 1987, sob a liderança de Pedro Visconti Clava, e sob o lema: “Unir-nos é uma necessidade, alcançá-la é nossa tarefa”, foi criada em Lima, Peru, a Associação de Editoras Universitárias da América Latina e do Caribe, a Eulac. Os objetivos traçados visavam a integração dos projetos editoriais da região, e promover o fortalecimento de estratégias que permitissem o incentivo e a promoção de publicações universitárias. A proposta de trabalho em rede visava promover o trabalho em conjunto e a colaboração entre as instituições de ensino superior da região.

Desde o início, e de acordo com os estatutos, a Eulac procura integrar todas as editoras que publicam textos e outros materiais bibliográficos, e que estes façam parte de uma instituição de ensino superior ou universitária, e que, por sua vez, e na medida do possível, pertençam à associação nacional de editores de cada um dos países da região geográfica da América Latina e Caribe. É importante destacar que a Eulac, desde seus primeiros anos de existência, declarou ser uma associação independente de qualquer grupo político, religioso, filosófico e ideológico e, portanto, questões de tal teor estariam excluídas de seu seio.

As principais ações fundacionais, ainda em vigor, tratam de temas como o desenvolvimento regional das editoras universitárias; o estabelecimento da associação, sob o lema de que juntos podemos estabelecer alianças estratégicas para o regional, sem esquecer a importância de manter o diálogo com Espanha e Portugal, e com o mundo. A promoção e a distribuição também representam um tema de primeira ordem, como aprender a trocar conteúdos; o estímulo ao desenvolvimento de programas de capacitação, ampliação da circulação e promoção da coedição na região, bem como a defesa do reconhecimento dos direitos autorais e do direito à livre circulação da ciência.

Todos estes desafios continuam válidos, mas o que nos enche de satisfação é que cumprimos o objetivo do lema, passados ​​35 anos estamos mais unidos do que nunca, por muitos mais anos de fraternidade e camaradagem.

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